Do Parlamento à COP 30: governança climática com a marca da RGB
- RGB
- 9 de jun.
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Se o mundo está aquecendo, o Brasil começa a esquentar sua atuação política para estar à altura do evento climático mais importante da década: a COP 30. Com Belém no centro do tabuleiro internacional, o Congresso Nacional já movimenta suas peças. Foi nesse clima, literalmente, que a Comissão de Meio Ambiente do Senado reuniu especialistas, representantes de assembleias legislativas e lideranças sociais para um debate inadiável: como o Poder Legislativo pode (e deve) se preparar para os desafios da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, marcada para novembro.
Em meio à programação da V Conferência Nacional de Sustentabilidade no Poder Legislativo, a audiência pública trouxe algo mais do que diagnósticos: trouxe um chamado à responsabilidade. Para Renata Andrade, presidente da Rede Governança Climática de Sustentabilidade, o Parlamento precisa deixar de ser apenas uma casa de leis e tornar-se uma casa de liderança. “A governança climática não é moda, é método. Quando ela entra no Legislativo, transforma cada projeto em uma resposta concreta à emergência ambiental. E mais: aproxima o cidadão do processo decisório, com eficácia e transparência”, defendeu, com a convicção de quem acredita na política como ferramenta de mudança.
Na mesma linha, Cristiane Nardes, presidente-executiva da Rede Governança Brasil (RGB), reforçou que o momento é de articulação e coragem. “O Brasil tem agora uma oportunidade histórica de assumir protagonismo global no debate climático. Mas isso só será possível se conseguirmos alinhar instituições, integrar ações e consolidar um modelo de governança baseado em ética, transparência e resultados. A COP 30 não pode ser apenas um evento; tem que ser um marco”, destacou, ao enfatizar que a RGB está engajada em fomentar práticas sustentáveis no setor público e no diálogo entre esferas de poder.
Da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o diretor de Planejamento e Coordenação, Alaôr Messias Marques Júnior, foi direto ao ponto: “Não é só propor. É escutar. É transformar o Legislativo num espaço de co-autoria coletiva. O meio ambiente é complexo demais para ser pensado por uma cabeça só.” Sua fala ecoou o espírito da COP: diálogo, escuta e ação.
Já Leene Marques, coordenadora do Comitê ESG Público da Rede Governança Brasil (RGB), reforçou a importância de construir uma nova cultura institucional voltada à sustentabilidade no setor público. “Quando falamos de ESG no serviço público, estamos falando de responsabilidade com o presente e com as futuras gerações. Não se trata apenas de cumprir indicadores, mas de cultivar uma nova mentalidade: de compromisso, de eficiência e de transparência ambiental.
Mas a audiência não foi só técnica. Teve emoção. O senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente e responsável por convocar o encontro, lembrou que defender o meio ambiente é defender todas as formas de vida. “Não se trata do agora. Trata-se do amanhã, do que ainda virá. E o Legislativo tem a obrigação moral de estar à frente dessa defesa”, afirmou, com a veemência de quem sabe que cada voto pode proteger uma floresta ou silenciar um rio.
Belém será palco da COP 30, mas o roteiro da história começa agora, em cada lei aprovada, em cada comissão mobilizada, em cada liderança que entende que o clima não é uma abstração científica é uma realidade política. E o Parlamento brasileiro já está respirando adiantadamente.
Cláudia Cataldi - Diretoria de Comunicação e Marketing da Rede Governança Brasil (via Jornal Visão Moz)
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